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Buscando...?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

natalinas

Três ítens. Tarde de vinte e quatro de dezembro. Eu e boa parte da humanidade resolvemos comprar algumas coisinhas no mesmo supermercado. Tivemos que fazer filas, claro. Grandes filas. Se a gente presta atenção, as filas são, dos eventos da vida ordinária, um dos melhores para a contemplação. No meu caso quase dá para sentir o anseio me puxando pela cabeça, esticando o meu pescoço. O corpo plantado. A mente ansiosa, lá no futuro, querendo ir. Mas a fila, os corpos, as coisas seguem sua própria cadência, prisioneiros de seu peso.
Tem aquela senhora, lá na frente,  por exemplo que, parece, insiste em pagar cinquenta e três reais e sententa e dois centavos em dinheiro contado e recontado para se livrar das moedinhas que ela vai procurando no fundo de uma bolsa e eu acho que ela deveria usar óculos pois está espremendo os olhinhos para contar. Quantos encadeamentos de condições nos trouxeram, eu e ela, para a mesma fila, aqui e agora? E não adianta mudar de fila. Eu já tentei uma vez e o rolo de impressão acabou e eu vi a pessoa que estava atrás de mim, na outra fila, indo embora. O que realmente deve ser apreciado ou, ao menos, o esforço para que o apreço se desenvolva precisa ser feito, é esta sensação causada por querer. A mente, enquanto continuar a loucamente tentar levar o corpo para seu mundo de projeções só vai gerar dor e cansaço.
A fila não tá nem aí.

***

Um pratinho de amêndoas torradas e salgadas, um copo de suco, uma boa leitura, um cômodo fresco e eu sou a pessoa mais feliz da terra. Não há nada que eu deseje agora. E isto, num estalo, me ocupa a atenção. Nada a desejar. Isto seria a paz! Sensação maravilhosa! Nada a desejar. Pleno, completo, feliz! 
Mas logo as amêndoas começam a se revelar salgadas demais e o suco muito doce. Só me confirmando que o Caminho não é por aqui.

***

Saiu na Superinteressante, edição verde, na coluna Ciência Maluca: um estudo da universidade do Missouri, EUA, que analisou a população de quatro países concluiu que as pessoas que adotam uma postura ética ao invés da natural tolerância e/ou prática do 'jeitinho' tem um nível de satisfação maior com a vida. Tal conduta eleva tanto o nível de felicidade quanto um aumento de salário.
Legal! É quase exatamente o que o Buddha diz. A satisfação é maior do que a por um aumento.
***

Com respeito ao "Uma Palavra Por Dia", vou criar uma página aqui no blog de forma que o texto vai ficando todo em um só lugar. Vou atualizando e será só clicar no 'páginas' ali do lado esquerdo para ler.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

dois sucos e uma 'fritas' grande

- ...e quando eu vi aquele monte de gente correndo, pensei: lá vão os pobres coitados acordados aos tiros de seu sonho de poder...
- é... mesmo que a gente saiba, né? de tudo o que eles são capazes, das crueldades e tal...
- quem de nós não é, né?
- o bezerra cantou: "somos vítimas de uma sociedade, famigerada e cheia de malícia"...
- não concordo muito com o lance da vitimização... mas até um ponto é considerável.
- lá ia aquele bando de infelizes, subindo morro semi nus porque há agora interesses maiores do que os que permitiam que eles continuassem em cena.
- não é tão simples assim.
- não é.
- mas é um resumo possível...
- o que me impressiona é o modo de virtualidade em que vivemos, em que nossa mente opera...
- ouvi gente dizendo: eu com uma metralhadora ali... não sobrava um...
- é triste! o grau de fantasia em que estamos operando. estamos num vídeo game.
- é uma loucura isso! na minha cabeça as coisas vão como que se encadeando em elucubrações...
- é. é uma coisa meio matrix! hahaha... tosco dizer isso, mas é!
- meio até além de matrix! a forma como a realidade vai sendo composta! de repente faz-se uma coisa que sempre foi possível fazer, na verdade, completamente evitável de se ter a necessidade de fazer! e tudo é recebido como algo extraordinário, heróico e tal! o que que é isso!?
- e toma tiro mas é tudo um vídeo game! as conexões são claras mas ninguém se importa..
- reality! esta obsessão por reality! o que vem a ser isso, afinal? será que é de uma sede inconsciente por realidade que estamos sofrendo?
- será que uma parte de nós sinaliza que estamos saturados de mentira, é?
- hahaha... piração! dá uma viagem boa isso!
- não, tudo bem,vamos viajar talvez... hahaha... mas olha só: faz todo sentido isso. vivemos num mundo dominado por tecnologia, fruto do racional...
- total. mente domina natureza!
- isso, isso, isso! compomos tudo! na linguagem buddhista, sankharizamos de maneira plena e absoluta. o mundo é o que nós fazemos!
- total sentido. o que a mente faz? cria, compõe... a realidade nós é que fazemos.
- e aí, num nível tudo funciona normalmente. mas alguma coisa em nós pede terra. alguma coisa precisa ser tocada de verdade. mas está atrofiada, esquecida...
- isso remete a...
- exato! desvios de comportamento de todos os tipos no que diz respeito ao que é tátil.
- vivência obsessiva/distorcida do sexo.
- fast touch!
- hahaha... boa! fast touch. com a cabeça no sonho e o corpo no fast touch...
- por favor! mais dois sucos, beleza? obrigado.


e a coisa continuou...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

uma palavra por dia

Dia desses achei este livro na rede, no www.buddhanet.net.
A proposta é fomentar o uso do pali para o estudo do Buddhadhamma. Compreender o significado das palavras no original é muito melhor do que nos basear em traduções se queremos gerar a experiência direta do que o Buddha ensinou.
Gostei tanto do livro que acho que vou publicar minha tradução do texto aqui juntamente com minhas impressões das palavras apresentadas.
Espero que gere o mesmo interesse em quem passe por estas bandas!

11/10/2011
Este trabalho foi assumido pelo Grupo De Tradutores do Centro de Estudos Buddhistas Nalanda e em breve eu publico o link do trabalho completo por aqui! 

24/10/2011
o Link para o trabalho completo:
http://nalanda.org.br/uma-palavra-pali-por-dia

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

fantasma

ele é alguma coisa entre anti-herói e vilão e faz parte dos  thunderbolts, um controverso super grupo no universo marvel das hqs. o seu principal poder é ficar intangível e recentemente publicado no brasil pela panini, no número 11 da revista ''reinado sombrio" ele, após ajudar um membro de sua super equipe, fala:
"todo mundo fica melhor quando está intangível. quando nos damos conta de que nada é verdadeiramente real... bem, essa noção nos dá nova perspectiva".

Speech by ReadSpeaker