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Buscando...?

sábado, 27 de março de 2010

o sentido

O Buddha diz que se não houvesse o prazer no mundo, os seres não engendrariam a adesão ao mundo. 
O modo de funcionar dos sentidos é este: prazer e dor. E neutralidade. Esperar que chocolate um dia pareça jiló é ilusão! Chocolate é bom, para mim e para o Arahant (que goste de chocolate!). 
Não é confiando nos sentidos que a Renúncia será experimentada. A função deles é manter a Roda girando. 
Já a observação sábia dos sentidos, por outro lado, garante um conhecimento crescente de seu funcionamento e o do mundo. E é desse conhecimento que, até que se prove o contrário, surge o desgosto, o afastamento e a Renúncia.
O Buddha não ensina a transformação do mundo. Ensina, meramente, sua compreensão.

quarta-feira, 24 de março de 2010

bom proveito

Aproveite a alegria!
Nos momentos de frustração, irritação, desânimo é muito difícil praticar! Quanto maior o ego, maior tendem a ser os quereres e, em consequência, os desgostos. 
Mas, talvez, baste alguma coisinha dar certo para o bom humor dar as caras. 
Não se deixe enganar por isso! Aproveite a alegria para concentrar-se. Medite! 
Uma mente feliz se concentra com muito mais facilidade.
Aproveite a alegria! 
Ela não dura para sempre.

segunda-feira, 15 de março de 2010

all day, all day... domino dancing

Quando eu era criança houve a onda do dominó. Uma série de reportagens no Fantástico sobre pessoas que montavam aquelas longas e belas imagens de dominós que caíam durante hipnotizantes minutos. 
O Fantástico era fantástico!
Aquele negócio de outro mundo ficava na minha cabeça pela semana e as tardes depois da aula  eram animadas pelas minhas próprias elaboradas sequências. Conseguir mais caixinhas de dominó era uma necessidade tremenda.
Mas, em momentos mais contemplativos, que não eram raros na minha infância, estas imagens serviram para que eu construisse uma visão da realidade que me cativa até hoje: o mundo é como uma sequência de dominós! Uma queda sem fim (nem começo)! Passei bons momentos "vendo" tudo a minha volta desse jeito...
Lembrei disso agora ao acabar de ler este texto do Marcelo Gleiser. 
Não sei exatamente porque lembrei... Talvez o fato de ele defender a importância da assimentria tenha me remetido ao desequilíbrio que é o imperativo para a queda dos dominós...

sexta-feira, 12 de março de 2010

desculpas

Ah, mas Jesus era O FILHO DE DEUS!!!
Esta frase eu já ouvi algumas vezes. Algumas, de minha mãe, uma fervorosa cristã.
Ela serve para justificar nossos erros, nossas incapacidades. Principalmente quando somos confrontados com aquilo que, supostamente, deveríamos fazer. Ou não fazer. Serve para nos colocar em nosso lugar. Delimita a fronteira e nos tranquiliza: "Tudo bem, eu sou só humano! Piso na bola..."
O Buddha nunca se proclamou nada mais que humano. Um humano Desperto, apenas. Mas, ainda assim, damos um jeito de fazer um raciocínio semelhante.
Falar no Despertar, em nibbana, em atingir a meta final do Caminho pode causar certo constrangimento, às vezes, para quem fala. Existe a idéia de Eles, os Iluminados. "Eles acumularam méritos por incontáveis eras incomensuráveis!"
E nos deleitamos em nossa mediocridade. "Sou um reles laico, oras bolas!!"
Não questiono o fato do acúmulo de méritos.
Mas questiono a postura de nos escondermos atrás de uma idéia para justificar a preguiça, a auto-indulgência, o medo.
O Caminho foi exposto pelo sammasambuddha. Existe para ser trilhado. Há uma meta. Um início e um fim. Honrar o Buddha envolve reconhecer nossa plena capacidade de alcançar a meta final. Não for para isso, para que o Caminho? 
Se achamos que não dá, tudo bem! Mas sem desculpas!

segunda-feira, 8 de março de 2010

refresco

Uma pergunta útil a um praticante buddhista: isto me aproxima do nibbana?
Diante do mundo e seus apelos de ação, reação, escolhas, decisões, eu acho que a pergunta acima precisa ser feita por aquele que acredita ter alguma compreensão e/ou fé com respeito ao que o Buddha ensinou sobre este mundo. 
Nem tudo (? - cada um precisa saber o tamanho do ponto de interrogação) que fazemos, por vontade ou necessidade, ainda mais visto que as duas se misturam para a maioria de nós, nos aproxima do nibbana. Mas, uma vez que respondamos a esta questão a cada lembrança que dela  conseguirmos ter, podemos levar uma vida mais consciente e assentada na realidade. Com  menos arrependimentos, ganhamos uma mente mais leve, mais apta ao cultivo. 
Se fomentamos nossa prática por aquela busca expressa nos textos antigos do cânon pali, o permanente auto-questionamento é um meio hábil e salutar de manter os pés no caminho ainda que nas nossas frequentes paradas para um refresco.


sexta-feira, 5 de março de 2010

o horror... o horror...

Ouvi durante cerca de cinquenta minutos. Raiva, rancor, traição. Tudo baseado em quereres, desejos, disputas. Amizade que ia bem até que o mesmo objeto incendiou os apegos. E aí começou a tragédia! 
O mais triste é ter uma imensa vontade de dizer que nada daquilo vale a pena, que não há o que justifique permitir o coração assim, cheio de rancor, que tudo passa, mas não encontrar espaço, nem momento, nem palavras. É só permanecer ali, com uma imensa sensação de impotência, ouvindo deprimentes relatos de guerra.
A única frase que sai: "Não se preocupe. Todo o dito fica entre nós."
Às vezes há a vontade iludida de salvar o mundo! Compartilhar palavras de amor e sabedoria, mostrar que há um Caminho que liberta... Mas há estes momentos de realidade que nos coloca em nosso devido campo de batalha: nosso interior. Não há outro lugar. É aqui por dentro que eu posso fazer algo de significativo para o mundo. Com  muita paciência, esforço e dedicação. Assim carregando a paz em segurança mesmo no meio de fogo cruzado.

Speech by ReadSpeaker