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quarta-feira, 4 de abril de 2012

flores de plástico

o que você quer? ele me perguntou. 
e começamos o ritual de feedback que é praxe na empresa em que trabalho. somos avaliados, por colegas e superiores, e o superior imediato nos informa o resultado, ritualisticamente.
daí que é uma forma incomum de começar. mas a pergunta foi feita porque apesar do bom resultado ficou um certo mistério: as pessoas esperam ver, esperam que algo aparente, esperam algum tipo de imagem. parece que quando se faz algo porque é preciso fazer, mesmo que seja bem feito, até supere um pouco, isso não basta se não houver algum tipo de "show" envolvido, de suor, de barulho, de pirotecnia. parece que o resultado não importa tanto se a embalagem não for, digamos, chamativa.
e eu respondi, basicamente, que se o que importa para empresa é resultado, é isso que eu vou continuar dando. se for show, não consigo. faço o que precisa ser feito, da melhor maneira e ponto. sabe como é, modo de vida buddhista e tal. sem muita ambição, competitividade... estas cousas.
foi um bom bate-papo, quase coisa de bons amigos e na mesma semana estava a conversar com outros amigos sobre as flores do dhammapada quando um soltou que as flores de plástico não morrem. curioso como as coisas se entrelaçam ou a gente vê o entrelaçamento que quer. o fato é que estourou na minha cara como é absurda esta cultura da embalagem em que vivemos. na vida espiritual, de que trata o curso em primeiro lugar, é lamentável que pessoas cuspam teorias, frases, textos, autoridades e pratiquem tão pouco, vivam tão pouco uma vida genuinamente voltada para dentro, para a vida que fermenta no interior. se é porque estão muito tempo voltadas para fora, muito natural que se distorça assim, pois aqui fora, como pude constatar tão intensamente na sequência da pergunta que abriu este texto, o que vale é a aparência, é parecer, é aparecer. se o resultado não for tão bom, o show compensa. 
aqui fora...
por dentro não há flores de plástico. por dentro as flores estão morrendo e não há o que possamos fazer.

4 comentários:

Alfredo disse...

Não acho que por dentro seja sem solução ou ruim. No buddhismo temos os fatores mentais positivos (sobhana), esses fatores mentais positivos são muito bons, claro tb temos os fatores mentais negativos (asobhana) aí eu concordo com vc

abçs

Jorge disse...

sim, Alf! nada é ruim (ou bom!!)! podemos trocar a palavra "morrendo" por "vivendo" no final do meu texto... fica menos indigesto e não muda o que eu quis dizer...
;)

Alfredo disse...

Comentei, mas não exaltei o post que achei muito bom, até copiei para leituras frequentes. Mas o neutro tende ao bom, pois temos sensações e demais agregados, assim acho que se praticarmos de acordo teremos o lado bom. Claro que ouvi isso que o neutro tende ao bom do professor, mas tb ja experenciei um pouco e concordo, quanto mais nada ao redor do objeto, melhor; mas tb não precisa levar ao pé da letra, pois a luta a favor do kamma ou ações ou momentos, continua

abçs

Jorge disse...

E eu digo: muito obrigado, generoso Alf!

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