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segunda-feira, 4 de julho de 2011

sem graça

Acharam que eu não fosse mais escrever por aqui. Eu também achei. Há estes momentos na vida: a graça some de onde havia. Depois volta. Este último ainda não é o caso.
E, para mim, tem havido fases de uma sensação de imersão tão acentuada no dhamma que a realidade ocupa o espaço todo. Não sobra muito tempo para pensar na vida.
Mas numa das subidas em que esqueço de lembrar que respiro, eis que conversava sobre esta, para mim, curiosa onda de alegria que assola o nosso avijja ambient: tem muita gente engraçada por aqui. E eu digo na mídia, especialmente TV. Muitos programas de humor, muita entrevista engraçada, muita novela engraçada, jornal engraçado, reportagem engraçada, concursos de piadas, graça para todo lado! É só uma impressão, pois eu fico sabendo que estão assistindo TV muito mais do que eu mesmo assisto. E ouço os comentários dos momentos hilários que são transmitidos e vejo as pessoas rindo. Não acho que rir seja algo sempre ruim, óbvio, nem me incomodo com a alegria alheia mas, no meu mundo, a Terra da Alegria está no mesmo continente do País da Estupidez.
Comentava o assunto com alguém que disse que "é por que a vida é triste..." Será? Não sei. Se for por isso ela deve estar mais triste do que sempre foi?... O que eu sei é que me enjoa. Rir demais cansa. Preciso de um pouco de tristeza vez em quando. E olha que enquanto pensava sobre o assunto, que interessante, me apareceu este texto que joga uma luz sobre uns pontos a que minha lanterninha não alcança. E, cereja do bolo, finalmente assisti ao Tropa de Elite 2 que é uma aula, do meu ponto de vista, dentre outras coisas, de auto-engano e boas intenções gerando maus efeitos, além de um balde de água fervente na alegria que se possa estar sentindo, menos aquela, talvez, de contemplar o fato de que não há felicidade no mundo.
Dito isso, a que conclusão posso chegar? A nenhuma! Desculpe a quem tenha insistido até aqui. Mas eu avisei, lá no começo, que as coisas estavam meio sem graça por estas bandas...

4 comentários:

Alfredo disse...

Muito boa a reflexão. Quem sente a alegria espiritual percebe que não se relaciona a alegria mundana. Mas acho que o ponto não é a alegria mundana a atrapalhar algo. O despertar é claro, envolve uma visão minuciosa para dentro e de dentro para fora, em pali Gochara ou campo de ação. Aí sim a alegria genuina brota. O mundo fora é fascinante a meu ver, um espetaculo e, como tal podemos assistir tb, mas como uma peça ou teatro,

Carlos Faria disse...

Jorge, lendo seu artigo me lembrei de duas músicas, que de certo modo reflete o que você disse.

A palesta do Ajahn Brahms é perfeita.

Abs!


Lobão - A Queda

♪♫♪♫♪♫
Diante do medo um sorriso aeróbico
Nas bochechas a câimbra de uma alegria incompleta
Nada como um sorriso burro e paranóico

Para não perceber a velocidade terrível da queda
♪♫♪♫♪♫♪

Frejat - Amor Pra Recomeçar

♪♫♪♫♪♫
Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...
♪♫♪♫♪♫

Carlos Faria disse...

Jorge, lendo seu artigo me lembrei de duas músicas, que de certo modo reflete o que você disse.

A palesta do Ajahn Brahms é perfeita.

Abs!


Lobão - A Queda

♪♫♪♫♪♫
Diante do medo um sorriso aeróbico
Nas bochechas a câimbra de uma alegria incompleta
Nada como um sorriso burro e paranóico

Para não perceber a velocidade terrível da queda
♪♫♪♫♪♫♪

Frejat - Amor Pra Recomeçar

♪♫♪♫♪♫
Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...
♪♫♪♫♪♫

Jorge disse...

Sim, Carlos, o trecho que você cita do Lobão é genial! Eu inclusive o citei em outro texto aqui. A do Frejat eu não conhecia. Mas genial também! Pode ser, inclusive, uma conclusão a que eu não cheguei! :D
Abraço!

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