Eu vi algo assim: "Não concordo com tudo, mas..." E achei bem esquisito. Sempre achei. Como sempre achei que do mundo precisa haver alguma saída. Não conseguiria viver numa prisão sabendo ser para sempre. E, claro, sempre intuí que aquela possibilidade só podia estar na espiritualidade.
Minha busca começou cedo. Lá pelos nove, dez anos me declarei ateu. O que parece ter sido o primeiro grito por ajuda, um pedido de socorro. Que só foi atendido quando me tornei capaz de me socorrer.
E passei por escolas, pensamentos, tradições e diferentes religiões. Cheguei no buddhismo registrado no Cânone Pali onde só não concordo com o que não conheço. E estou longe de conhecer tudo. Mas, talvez paradoxalmente, não sinto muita necessidade de conhecer mais. Posso dizer que concordo com tudo.
Por isso acho estranho quando encontro afirmações como a lá do início com respeito à religião.
Uma religião, desde que seja encarada como uma saída ou solução definitiva, não deveria suportar coisas assim. Ou a pessoa sente-se plena com sua opção ou busca outra coisa. No caminho espiritual penso não ser saudável contornar as pedras. Elas devem ser levantadas, investigadas e destruídas. De outra forma, embora possamos nos esforçar para crer no contrário, elas nunca sairão do caminho.
3 comentários:
Deve ser por isso que o caminho proposto pelo Buddha começa pela completude da compreensão não? Vai muito além de concordar ou discordar. Já de cara vai questionando onde estamos, como estamos, no que acreditamos...
abs. Fátima
Acho que não há algo tão belo quanto vencer a impureza, tal qual Mara que até para Buddha mirava, as pedras podem sim ser vencidas com o ensinamento
abçs
Tal qual Mara que até o Buddha era atacado, saibamos superar as pedras com o ensinamento
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