Buscando...?
domingo, 28 de dezembro de 2008
Queremos Já! E Queremos Quentinho!
Nós queremos tudo fast.
E delivery.
E o Buddha não oferece isso.
O Buddha nos instrui a questionar, pensar, refletir, construir a sabedoria insight a insight. Não há, no Buddhadhamma, o ensinamento do Buddha, o conhecimento pronto... Bom, até há! Existem lá uns suttas em que o Buddha fala de renascer em paraísos ou infernos ou de lembrar de vidas passadas e outras coisas mais estranhas... Mas isso, comparado ao grosso do ensinamento, é tão pouco falado! E por ser tão pouco podemos deduzir a importância que o Buddha dava a tais assuntos! E não só por isso. O Buddha falou de forma clara e direta, inúmeras vezes, que metafísica não fazia parte do Caminho que ele ensinava por razões bem simples: não conduz ao fim de dukkha!
Assumir, de uma hora para outra, uma crença buddhista não significa muita coisa!
E, como eu comecei o texto, parece algumas vezes que a nossa preferência por coisas rápidas e prontas e entregues em casa influencia a nossa 'busca espiritual'... Parece que estamos em busca de algo que nos torne mais sábios, mais felizes, mais isso ou aquilo e, de preferência, sem sairmos de casa, ou falando de forma mais profunda (he, he), sem sairmos do conforto de nossas auto imagens, sem abrir mão de nossos 'pontos de vista', opiniões e por aí vai, ou melhor, por aí fica!
E ficamos nessa, empacados no Caminho! Pois que o Buddha ensinou um Caminho! Precisamos sair, abandonar, ter curiosidade, assumir o risco, conhecer e reconhecer, investigar e, principalmente, ter disposição de mudar de rumo quando algo nos mostrar que é o melhor a fazer.
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Speech by ReadSpeaker
2 comentários:
Sabe que essa história do fast and delivery vem me incomodando muito? Principalmente no que diz respeito às escolhas que são feitas cotidianamente.
Percebo que no campo da maternidade isso é muito comum. As pessoas querem pronto, inteiro, sem entrega e sem despojamento de si mesmo. Posso estar falando besteira, mas me parece que maternar/paternar de forma consciente é um exercício espiritual diário, pois somos obrigados a nor rever e rever conceitos e crenças a cada minuto que passa!
São poucas as pessoas dispostas a seguirem esse caminho...
mil luas só suas!!
Falou besteira não! É isso, criar filho.
Mas a instantaneidade geral nos contamina até nessa área. Foi num texto que seu conheci a expressão 'patologização da infância'. Perfeito e muito a ver com o que pensei aqui. E não é só a infância que patologizamos por conta de 'desespiritualizar', que é o mesmo que 'instantaneizar' a vida. Patologizamos a tristeza (quem hoje pode ficar triste sem se tornar 'deprimido'?), a diversão, o trabalho...
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