Se esta foi a experiência, não devemos deixá-la passar nem interpretá-la pela nossa vista embaçada. Levemos a visão do tumulto interno para onde formos depois de abrirmos os olhos e levantarmos para nossa vida ordinária. Talvez, um leve desencanto possa surgir... Mas pelo que descobrimos e não por aquilo que nos permitiu descobrir.
Buscando...?
domingo, 20 de setembro de 2009
Querer a Paz
sábado, 12 de setembro de 2009
Sabbe Sankhara Dukkha
É o que o Buddha diz ser uma das características do existir.
Pode ser traduzido por "Todos os fenômenos compostos são sofrimento". Ou insatisfatórios no lugar de sofrimento visto que esta última não é a melhor tradução. De qualquer forma, nenhuma fica muito distante de sofrimento, ele acaba incluído de um jeito ou de outro.
De vez em quando eu encontro falas que parecem tentar amenizar a afirmação do Buddha. Tentam dar uma aliviada, por assim dizer. Não sei com qual propósito, só sei que não concordo com qualquer que seja.
Se o Buddha começou o seu ensinamento justamente por aí e afirmava que tudo o que ensinava era sobre dukkha e o fim de dukkha, o que justifica tentar passar por cima disso? Há todo tipo de argumento: que a tradução seria essa ou aquela, que a vida não é só dukkha, que isso e que aquilo... Tudo para tornar, me parece, o Dhamma mais "aceitável", coisa que o Dhamma não precisa! O Dhamma é o que é! Quem, por algum motivo não for capaz de compreender a afirmação do Buddha, que busque a compreensão, se desejar assim. Não devemos é tentar adaptar os ensinamentos à nossa cegueira.
Falam que o problema não está no mundo, mas na nossa visão do mundo, o que está absolutamente correto! Mas, ora bolas, o que cargas d'água é o mundo se não a visão que temos dele??? Ao abandonar, ou corrigir como alguns dizem, a nossa forma de experienciar o mundo, não estaremos abandonando o mundo em si?? Falar que "Não, a vida não é só sofrimento! Sofrimento é o 'eu' e o 'meu'... Temos que abandonar é a ilusão de um ego, o apego..." Ou seja, abandonar o que é, justamente, a única maneira que conhecemos de existir!! Ou alguém, naturalmente, antes de conhecer o Buddhadhamma já havia pensado em existir sem, ou experimentou a ausência de, um senso de EU ou MEU? (Faço essa pergunta partindo do princípio de que quem vá responder conheça ao menos um pouco do significado da palavra pali upadana que é a geralmente traduzida por apego).
Por isso eu acho que toda esta tentativa é uma retórica inútil que, ou coopera para o mal entendimento e até a decadência do Buddhadhamma, ou para dar uma volta nos ouvintes/leitores e deixá-los no mesmo lugar que o Buddha de forma tão clara, direta, obviamente sábia e sem concessões deixa ao dizer: "Sabbe sankhara dukkha".
Pode ser traduzido por "Todos os fenômenos compostos são sofrimento". Ou insatisfatórios no lugar de sofrimento visto que esta última não é a melhor tradução. De qualquer forma, nenhuma fica muito distante de sofrimento, ele acaba incluído de um jeito ou de outro.
De vez em quando eu encontro falas que parecem tentar amenizar a afirmação do Buddha. Tentam dar uma aliviada, por assim dizer. Não sei com qual propósito, só sei que não concordo com qualquer que seja.
Se o Buddha começou o seu ensinamento justamente por aí e afirmava que tudo o que ensinava era sobre dukkha e o fim de dukkha, o que justifica tentar passar por cima disso? Há todo tipo de argumento: que a tradução seria essa ou aquela, que a vida não é só dukkha, que isso e que aquilo... Tudo para tornar, me parece, o Dhamma mais "aceitável", coisa que o Dhamma não precisa! O Dhamma é o que é! Quem, por algum motivo não for capaz de compreender a afirmação do Buddha, que busque a compreensão, se desejar assim. Não devemos é tentar adaptar os ensinamentos à nossa cegueira.
Falam que o problema não está no mundo, mas na nossa visão do mundo, o que está absolutamente correto! Mas, ora bolas, o que cargas d'água é o mundo se não a visão que temos dele??? Ao abandonar, ou corrigir como alguns dizem, a nossa forma de experienciar o mundo, não estaremos abandonando o mundo em si?? Falar que "Não, a vida não é só sofrimento! Sofrimento é o 'eu' e o 'meu'... Temos que abandonar é a ilusão de um ego, o apego..." Ou seja, abandonar o que é, justamente, a única maneira que conhecemos de existir!! Ou alguém, naturalmente, antes de conhecer o Buddhadhamma já havia pensado em existir sem, ou experimentou a ausência de, um senso de EU ou MEU? (Faço essa pergunta partindo do princípio de que quem vá responder conheça ao menos um pouco do significado da palavra pali upadana que é a geralmente traduzida por apego).
Por isso eu acho que toda esta tentativa é uma retórica inútil que, ou coopera para o mal entendimento e até a decadência do Buddhadhamma, ou para dar uma volta nos ouvintes/leitores e deixá-los no mesmo lugar que o Buddha de forma tão clara, direta, obviamente sábia e sem concessões deixa ao dizer: "Sabbe sankhara dukkha".
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Nascimentos e (re) Nascimentos
O que segue é uma das estórias apresentadas.
O DEVA está de folga. Que delícia não ter correria, compromisso, horário e ter uma caixa da temporada de uma de suas séries preferidas para assistir!
Deitado na cama, DVD ligado, após alguns momentos de deleite o ANIMAL dorme.
Quando acorda, terminou já o quarto episódio do disco.
A Deva superior chega do trabalho. Tá na hora da minha novela, ela diz. Vai assistir na sala, grunhe o ANIMAL. Você sabe que a TV da sala não pega direito, ela diz. Mas essa aqui é única que suporta o DVD, ele resmunga. Problema seu, você teve o dia inteiro para assistir esta porcaria. Aposto que dormiu que nem um porco!
Ô INFERNO de vida, ele pensa enquanto cheio de raiva levanta da cama.
Preciso comprar uma TV nova, pensa o PETA. Entra sofregamente na internet procurando preços de TV’s. O ASURA lembra-se, então, que outro dia viu, pela janela, a TV de plasma do vizinho e pensa: como é que um Zé Mané desses comprou aquela TV? Deve estar devendo até a alma!! Como é que pode ele ter uma TV, uma casa e um carro daqueles e eu não consigo nem uma bicicleta sem fazer dívida!?
Mas, apesar de tudo, o besta é um ser HUMANO e, finalmente, pensa: bom, vai ver o cara estudou, não passou o segundo grau na mesa do fundão com a cabeça nas nuvens e com nuvens... Fez uma faculdade, sabe lidar com o dinheiro...
É, ele pensa, até que eu tenho mais do que pareço merecer... Preciso é aproveitar as oportunidades que me restam...
O DEVA está de folga. Que delícia não ter correria, compromisso, horário e ter uma caixa da temporada de uma de suas séries preferidas para assistir!
Deitado na cama, DVD ligado, após alguns momentos de deleite o ANIMAL dorme.
Quando acorda, terminou já o quarto episódio do disco.
A Deva superior chega do trabalho. Tá na hora da minha novela, ela diz. Vai assistir na sala, grunhe o ANIMAL. Você sabe que a TV da sala não pega direito, ela diz. Mas essa aqui é única que suporta o DVD, ele resmunga. Problema seu, você teve o dia inteiro para assistir esta porcaria. Aposto que dormiu que nem um porco!
Ô INFERNO de vida, ele pensa enquanto cheio de raiva levanta da cama.
Preciso comprar uma TV nova, pensa o PETA. Entra sofregamente na internet procurando preços de TV’s. O ASURA lembra-se, então, que outro dia viu, pela janela, a TV de plasma do vizinho e pensa: como é que um Zé Mané desses comprou aquela TV? Deve estar devendo até a alma!! Como é que pode ele ter uma TV, uma casa e um carro daqueles e eu não consigo nem uma bicicleta sem fazer dívida!?
Mas, apesar de tudo, o besta é um ser HUMANO e, finalmente, pensa: bom, vai ver o cara estudou, não passou o segundo grau na mesa do fundão com a cabeça nas nuvens e com nuvens... Fez uma faculdade, sabe lidar com o dinheiro...
É, ele pensa, até que eu tenho mais do que pareço merecer... Preciso é aproveitar as oportunidades que me restam...
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