É o que o Buddha diz ser uma das características do existir.
Pode ser traduzido por "Todos os fenômenos compostos são sofrimento". Ou insatisfatórios no lugar de sofrimento visto que esta última não é a melhor tradução. De qualquer forma, nenhuma fica muito distante de sofrimento, ele acaba incluído de um jeito ou de outro.
De vez em quando eu encontro falas que parecem tentar amenizar a afirmação do Buddha. Tentam dar uma aliviada, por assim dizer. Não sei com qual propósito, só sei que não concordo com qualquer que seja.
Se o Buddha começou o seu ensinamento justamente por aí e afirmava que tudo o que ensinava era sobre dukkha e o fim de dukkha, o que justifica tentar passar por cima disso? Há todo tipo de argumento: que a tradução seria essa ou aquela, que a vida não é só dukkha, que isso e que aquilo... Tudo para tornar, me parece, o Dhamma mais "aceitável", coisa que o Dhamma não precisa! O Dhamma é o que é! Quem, por algum motivo não for capaz de compreender a afirmação do Buddha, que busque a compreensão, se desejar assim. Não devemos é tentar adaptar os ensinamentos à nossa cegueira.
Falam que o problema não está no mundo, mas na nossa visão do mundo, o que está absolutamente correto! Mas, ora bolas, o que cargas d'água é o mundo se não a visão que temos dele??? Ao abandonar, ou corrigir como alguns dizem, a nossa forma de experienciar o mundo, não estaremos abandonando o mundo em si?? Falar que "Não, a vida não é só sofrimento! Sofrimento é o 'eu' e o 'meu'... Temos que abandonar é a ilusão de um ego, o apego..." Ou seja, abandonar o que é, justamente, a única maneira que conhecemos de existir!! Ou alguém, naturalmente, antes de conhecer o Buddhadhamma já havia pensado em existir sem, ou experimentou a ausência de, um senso de EU ou MEU? (Faço essa pergunta partindo do princípio de que quem vá responder conheça ao menos um pouco do significado da palavra pali upadana que é a geralmente traduzida por apego).
Por isso eu acho que toda esta tentativa é uma retórica inútil que, ou coopera para o mal entendimento e até a decadência do Buddhadhamma, ou para dar uma volta nos ouvintes/leitores e deixá-los no mesmo lugar que o Buddha de forma tão clara, direta, obviamente sábia e sem concessões deixa ao dizer: "Sabbe sankhara dukkha".
Pode ser traduzido por "Todos os fenômenos compostos são sofrimento". Ou insatisfatórios no lugar de sofrimento visto que esta última não é a melhor tradução. De qualquer forma, nenhuma fica muito distante de sofrimento, ele acaba incluído de um jeito ou de outro.
De vez em quando eu encontro falas que parecem tentar amenizar a afirmação do Buddha. Tentam dar uma aliviada, por assim dizer. Não sei com qual propósito, só sei que não concordo com qualquer que seja.
Se o Buddha começou o seu ensinamento justamente por aí e afirmava que tudo o que ensinava era sobre dukkha e o fim de dukkha, o que justifica tentar passar por cima disso? Há todo tipo de argumento: que a tradução seria essa ou aquela, que a vida não é só dukkha, que isso e que aquilo... Tudo para tornar, me parece, o Dhamma mais "aceitável", coisa que o Dhamma não precisa! O Dhamma é o que é! Quem, por algum motivo não for capaz de compreender a afirmação do Buddha, que busque a compreensão, se desejar assim. Não devemos é tentar adaptar os ensinamentos à nossa cegueira.
Falam que o problema não está no mundo, mas na nossa visão do mundo, o que está absolutamente correto! Mas, ora bolas, o que cargas d'água é o mundo se não a visão que temos dele??? Ao abandonar, ou corrigir como alguns dizem, a nossa forma de experienciar o mundo, não estaremos abandonando o mundo em si?? Falar que "Não, a vida não é só sofrimento! Sofrimento é o 'eu' e o 'meu'... Temos que abandonar é a ilusão de um ego, o apego..." Ou seja, abandonar o que é, justamente, a única maneira que conhecemos de existir!! Ou alguém, naturalmente, antes de conhecer o Buddhadhamma já havia pensado em existir sem, ou experimentou a ausência de, um senso de EU ou MEU? (Faço essa pergunta partindo do princípio de que quem vá responder conheça ao menos um pouco do significado da palavra pali upadana que é a geralmente traduzida por apego).
Por isso eu acho que toda esta tentativa é uma retórica inútil que, ou coopera para o mal entendimento e até a decadência do Buddhadhamma, ou para dar uma volta nos ouvintes/leitores e deixá-los no mesmo lugar que o Buddha de forma tão clara, direta, obviamente sábia e sem concessões deixa ao dizer: "Sabbe sankhara dukkha".
2 comentários:
Muito bom Jorge, a primeira nobre verdade como o professor diz somente para os nobres que podem compreende-la. Mas temos um vislumbre dela. E o não eu, tb para os que o compreendem, mas temos um vislumbre dele. Pelo jeito esse nosso mundo tem muitas dimensões
Abçs
Ótima reflexão Jorge.
Como frequentador por um bom tempo do grupo Nalanda SP, ao apresentar o conceito de Dukkha para os iniciantes que nos procuravam, sempre havia esse questionamento do sofrimento e uma total distorção do que seria, talvez por incompetência nossa em esclarecer melhor, ou por ser uma coisa de difícil compreensão para quem está começando a conhecer o Dhamma. E inevitávelmente davamos uma "aliviada" na exposição até mesmo para não afugentar possíveis futuros praticantes. Sua colocação é bem pertinente.
Metta,
Fernando
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