Ou mais ou menos isso.
Achei, então, que a frase passou bem um meu entendimento do Dhamma.
Hoje estava lendo o texto Meditation, de Ajahn Chah, (estou pensando seriamente em imprimir uma foto desse velhinho para por no meu altar...!) quando lá no final descobri que existe até uma expressão em pali para aquilo que eu tentei dizer!
Adinavakatha, nas palavras de Ajahn Chah, conforme minha leitura, é o refletir na imperfeição e limitação do mundo condicionado. Significa refletir sobre a felicidade ao invés de aceitá-la pelo seu valor aparente. (...) Quando a felicidade surgir, contemple-a bem até que suas desvantagens se tornem claras.
É claro, recomendo fortemente a leitura do texto, bem como de qualquer outro do Ajahn.
Não posso negar a alegria que senti ao ler estas palavras!!
:D
12 comentários:
O Dhamma só pode ser motivacional. Se não fosse assim para que seria ensinado. Achar que ele traz a tristeza me parece adotar uma pratica equivocada. O fato dos estudos atrapalharem a pratica, com excessos ou falta, é discutivel. Mas a pratica em si, mesmo sendo atrapalhada deveria ser motivadora
Em outras palavras, se o Dhamma não é bem entendido, dificil julga-lo como tendo coisas negativas ou até mesmo positivas. Por isso a fé, que um dia o entendamos completamente. Mas ainda acho que entender pouco ja é suficiente para segui-lo. Será suficiente mesmo ou as ações se perdem no caminho ?
Jorge, e essa alegria que vc sentiu...diz aí quais as desvantagens. Acho uma das coisas mais difíceis de colocar em prática: investigar as alegrias e prazeres. Abs. Fátima
Eu acho, Fátima, que parece mais difícil do que realemente é por que nós vemos as coisas sempre assim: alegria ou tristeza.
Dicotomia.
Veja que o Ajahn diz apenas que devemos investigar. Não nos livrar nem evitar!
Investigar pode ser observar tudo o que está envolvido para que a felicidade ocorra. Coisas que me deixam feliz aqui e agora podem não ter o mesmo efeito ali, depois, por exemplo... Mas quando há a felicidade nós apenas 'seguimos' a correnteza... Como uuuma deeeeeuusaaaaa... Lembra dessa 'maravilha' de canção?
As desvantagens da minha alegria tem a ver com o próprio fato de eu precisar de uma 'confirmação' para ficar feliz!! Se eu realmente 'soubesse' e 'visse' nenhuma confirmação seria necessária, né?! Seria a felicidade genuína do sábio!!
;)
Abraço!
Jorge, a investigação vem antes da alegria, será que vc não esta retrocedendo usando o pensamento em demasia. Acho que o pensamento é bom, mas é só um meio, é usado justamente para atingir a felicidade com a ajuda da sabedoria e é abandonado para que a felicidade surja. Assim depois da felicidade vem a unificação e a consequente concentração. Assim tb em um próximo momento, mais treinado vc poderia ir ja para a felicidade direto, sem passar pela investigação. No caso de aparecerem um dos 5 obstáculos, usar os antidotos para cair na tranquilidade novamente
abçs
Olha esse trecho sobre o prazer e a felicidade
" Tanto quanto nós pensemos que coisas como prazeres, agradabilidades, excitações, sensações agradáveis e etc são coisas que nos devemos querer, estaremos sujeitos a elas. Nós damos poder as coisas, porque as queremos. Se pudermos vê-las com mais clareza veremos que são apenas concocções. Elas surgem segundo causas e condições, mudam, desaparecem. Assim nossa atitude em relação a elas ainda pode ser prazerosa, mas não as queremos mais. Então há um segredo, se vivermos de uma forma sabia, isso vai acontecer de forma frequente."
Grande Alfredo!
Parece que você está se referindo ao progresso em meditação formal, né? Eu foquei mais na alegria cotidiana mesmo... Mas confira lá que Ajahn Chah, num trecho do texto que eu citei, fala justamente desta mesma alegria de que você pareca estar falando e alerta para que também não seja "aceita" sem investigação!!
Mesmo a alegria que vem do progresso em meditação deve ser submetida à investigação, me parece.
Esta alegria não é algo bom em si, pode mesmo vir a ser um obstáculo para a libertação se não for adequadamente compreendida, eu acho...
É verdade. Na meditação formal é mais facil mesmo, a alegria se transfoma na tranquilidade e gera a unificação. Acho que esse é nosso desafio da alegria do cotidiano, não deixar essa alegria se transformar em agitação. De certo que a investigação é retomada para novamente dar lugar a tranquilidade.
abçs
Gostei do trecho, Alfredo!
Mas diga de onde você tirou...
Esse trecho não é de livro é de uma palestra proferida em 2006 em um retiro de 9 dias no Nalandarama em Belo Horizonte com o professor Santikaro
Abçs
Jorge, li estes dias, ainda a respeito de investigar alegrias e tristezas que "a verdadeira prática, tem lugar quando a mente encontra um dos objetos dos sentidos. Esse é o lugar para a prática, onde o contato com os sentidos ocorre. Este é o ponto crucial." Texto do teu amigo Ajahn Chah.Abs. Fátima
" A nossa prática consiste em não agarrar coisa alguma", disse Achaan Chah a um novo monge.
"Mas não é necessário, algumas vezes, agarrar-nos a alguma coisa?, protestou o monge.
"Com as mãos sim, mas não com o coração", o mestre respondeu. Quando o coração se apega ao que é doloroso, é como se tivesse sido picado por uma serpente. Quando, através do desejo, ele se agarra ao que é prazeroso, está agarrando a cauda da serpente. Daí para a cabeça da serpente se voltar e mordê-lo, é só um passo....Quando os outros disserem que algo é delicioso, diga para si mesmo: "Não, não é". Não se deixe enredar nas malhas do mundo ou em critérios relativos. Deixe que tudo siga seu curso (Uma tranquila lagoa na floresta, meditações de Achaan Chah.
Investigando as alegrias e prazeres...E "entender", nesse caso seria "agarrar com as mãos". Quando leio Achaan...procuro o caminho com o coração.
O meu coração se apegou a dor. Portanto procuro o caminho da libertação dessa dor...e isso é para mim a paz.
Um abraço a todos!
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