Como disse o Chico:
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Verdade.
E eu comecei o dia assim.
Meio de saco-cheio de existir.
Saí a cumprir minhas obrigações samsaricas de sempre e alguma coisa diferente: quebrar um galho de um amigo procurando por uma revista que ele não conseguia achar... Achei!
E um outro havia perdido todos os seus documentos na minha cidade dia desses (madrugada dessas, precisamente falando...) e eu havia prometido ajudá-lo na tentativa de recuperar, já que ele não mora aqui. Me lembrei da promessa.
Resolvi, então, dar uma passada nos Correios, para onde já havíamos telefonado uns dias antes para saber dos documentos sem sucesso, mais por desencargo de consciência por ter prometido e me empenhado aquém do que deveria, e ver se os documentos apareceram por lá... E não é que lá estavam! Quem quer que os tenha encontrado devolveu até que bem arrumados! Logo telefonei para o moleque e deixei ele feliz! Mas o interessante (ou não muito, mais...) é que aquela nuvenzinha preta que sombreava minha calva permitiu a passagem de uns raios de sol bem luminozinhos. Fazer o bem me fez bem, nenhuma novidade nisso. O cara estava bastante chateado, havia perdido todos os documentos, aquela mão de obra para tirar tudo de novo! E eu, muito felizmente, pude começar o dia dele com uma boa notícia! E dar continuidade ao meu condicionando uma melhora de humor considerável. E como a vida, me esforço nisso sempre, é o Buddhadhamma, logo me pus atento ao fato, já observado por aqui em algum post, de eu ser, meramente, este complexo de condições que se movimenta e pensa e age carregando a ilusão de um eu! Surge uma nova condição, cessa outra, e é o que basta para que a ilusão ganhe nova aparência: o eu de saco cheio vira o eu alegrinho e vice-versa! A vida em seus loucos encantos, para ser breve.
E a prática do dhamma, me parece, segue como uma caminhada numa espiral em cujo centro se encontra o Despertar. É para lá que precisamos manter a cabeça voltada enquanto caminhamos... Se assim fazemos, nos mantemos atentos aos marcos que estão no caminho para o centro, e várias vezes os discernimos... Parece que vamos revendo-os a cada vez mais de perto... Não é como viver uma mera repetição de situações, como no caso da roda viva! Ou como caminhar pela espiral do Buddhadhamma com a cabeça voltada para o lado de fora, desatentos ou desinteressados de saber para onde vamos ou o que estamos fazendo. E, até, saltando para um braço mais externo da espiral vez ou outra...
Fazer o bem é bom para quem faz.
O Buddha nos ensina a ir além e transformar o bem alcançado em algo superior: estar bem é uma condição muito preciosa para ser desperdiçada no mero desfrute. Quase tão ruim quanto começar o dia ouvindo e cantando Roda Viva.
Eis que anatta é atualização do "Uma Palavra Por Dia - A Pali Word A Day"
E eu comecei o dia assim.
Meio de saco-cheio de existir.
Saí a cumprir minhas obrigações samsaricas de sempre e alguma coisa diferente: quebrar um galho de um amigo procurando por uma revista que ele não conseguia achar... Achei!
E um outro havia perdido todos os seus documentos na minha cidade dia desses (madrugada dessas, precisamente falando...) e eu havia prometido ajudá-lo na tentativa de recuperar, já que ele não mora aqui. Me lembrei da promessa.
Resolvi, então, dar uma passada nos Correios, para onde já havíamos telefonado uns dias antes para saber dos documentos sem sucesso, mais por desencargo de consciência por ter prometido e me empenhado aquém do que deveria, e ver se os documentos apareceram por lá... E não é que lá estavam! Quem quer que os tenha encontrado devolveu até que bem arrumados! Logo telefonei para o moleque e deixei ele feliz! Mas o interessante (ou não muito, mais...) é que aquela nuvenzinha preta que sombreava minha calva permitiu a passagem de uns raios de sol bem luminozinhos. Fazer o bem me fez bem, nenhuma novidade nisso. O cara estava bastante chateado, havia perdido todos os documentos, aquela mão de obra para tirar tudo de novo! E eu, muito felizmente, pude começar o dia dele com uma boa notícia! E dar continuidade ao meu condicionando uma melhora de humor considerável. E como a vida, me esforço nisso sempre, é o Buddhadhamma, logo me pus atento ao fato, já observado por aqui em algum post, de eu ser, meramente, este complexo de condições que se movimenta e pensa e age carregando a ilusão de um eu! Surge uma nova condição, cessa outra, e é o que basta para que a ilusão ganhe nova aparência: o eu de saco cheio vira o eu alegrinho e vice-versa! A vida em seus loucos encantos, para ser breve.
E a prática do dhamma, me parece, segue como uma caminhada numa espiral em cujo centro se encontra o Despertar. É para lá que precisamos manter a cabeça voltada enquanto caminhamos... Se assim fazemos, nos mantemos atentos aos marcos que estão no caminho para o centro, e várias vezes os discernimos... Parece que vamos revendo-os a cada vez mais de perto... Não é como viver uma mera repetição de situações, como no caso da roda viva! Ou como caminhar pela espiral do Buddhadhamma com a cabeça voltada para o lado de fora, desatentos ou desinteressados de saber para onde vamos ou o que estamos fazendo. E, até, saltando para um braço mais externo da espiral vez ou outra...
Fazer o bem é bom para quem faz.
O Buddha nos ensina a ir além e transformar o bem alcançado em algo superior: estar bem é uma condição muito preciosa para ser desperdiçada no mero desfrute. Quase tão ruim quanto começar o dia ouvindo e cantando Roda Viva.
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Eis que anatta é atualização do "Uma Palavra Por Dia - A Pali Word A Day"
2 comentários:
Que bom que vc não negligenciou a oportunidade de fazer o bem. na pratica do Dhamma isso é extremamente importante, que vc e todos nós possamos ser diligentes na não negligencia com relação a pratica do bem. obrigado por compartilhar e que esses meritos te aproximem do nibanna final. luciano tadeu.
outra coisa que nos deixa feliz é quando temos uma má intenção e intencionalmente não seguimos ela. ou diante de uma dilema etico optamos por fazer o que acreditamos ser mais correto.
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