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terça-feira, 1 de junho de 2010

presença de anicca

"A única certeza nesta vida é a mudança!" Filosofávamos numa conversa...
Meu camarada contava como eram os planos de seu pai: comprar um grande terreno, construir casas para os filhos e ter todos juntos. Mantendo a tradição de festas e reuniões familiares animadas e calorosas.
O pai separou-se da mãe e mora na Bahia. Os irmãos todos estão também quilometricamente separados.
"O que nos faz pensar que será diferente conosco?" Falávamos... 
"Quantos planos já tivemos que refazer, adaptar, abandonar...?"
"Vou construindo a minha casa já morando dentro dela. Resultado: Um cômodo vai ficando melhor que o outro! Quando termina um, o outro já precisa de reforma! E as coisas quase nunca saem como planejado... Há sempre uma coisinha..."
"Será que a vida dos famosos e endinheirados é diferente?"
"Acho que não... Eles tem que se virar contra outros tipos de mudança, mas o tormento é o mesmo (talvez pior): fazer plásticas, academias, lutar com a mídia... Tem sempre gente mais bonita, mais 'talentosa', mais escandalosa surgindo. O público consome vorazmente!"
"E o cachê cai!"
Quanto maior a ilusão de controle, e dinheiro e fama parece que aumentam consideravelmente esta ilusão, maior o tormento a medida que os castelos vão caindo... Ou seja, o problema não está lá fora, nas condições externas, como sempre...
Havíamos começado este colóquio falando da pressa do tempo...
"Olha só, já estamos no meio de mais um ano!"
"Percebe como as coisas vão perdendo a graça? As datas, as copas, os aniversários..."
"De certo modo é bom... Vamos, probabilisticamente ao menos, chegando perto da morte, é bom que desencantemos dessas coisas todas. É tudo uma repetição só..."
"A graça vai sendo a própria mudança! O interessante passa a ser só a percepção das ilusões, das grandes bobagens que podem ser as vidas..."
E fomos dormir pra trabalhar no outro dia.


3 comentários:

Anônimo disse...

Jorge, sou grata pela sua reflexão. Este seu texto faz ainda pensar sobre o ser capaz de estar presente e fazer o melhor com o que se tem nas mãos a cada momento. Abs. Fátima

Dhanapala disse...

http://noqueosbuddhistasacreditam.wordpress.com/2009/07/13/o-buddhismo-e-pessimista-2/

Jorge disse...

Obrigado pelo link, Dhanapala! Eu já havia lido o texto antes de ver este seu comentário, na verdade! :)
Sinto-me bem quando me pego nestas sintonias...
E que quem passe por aqui não deixe de passar por lá!!

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