paro
não importa o quanto corram, eu vou devagar
e paro
ouço
não importa o quanto chamem, eu ouço
não importa quantos sabores criem
quantos modelos
quantos recursos
quantos aplicativos
de quantas necessidades precisem
não importa quantas festas
quantos shows
quantos bares
quantos assuntos
quanto barulho
quanta tv
eu não ligo
eu não vou
me basta o bastante
não importa quanta realidade inventem
quantos jogos
quantos programas
quanta disputa
quanto celebrem
quanta celebridade
eu ignoro
não importa quanto tocam
quanto compoem
quanto vibram
quanto pulam
quanto gritam
quanto cantem
eu silencio
e eu recuso os panetones de setembro
os ovos de páscoa de fevereiro
as canjicas de abril
e as micaretas todas
os amistosos
os preparativos
eu recuso
eu me enraízo
e abdico da razão
eu não penso enquanto caminho
eu sinto meus pés no chão
meditação, meditação...
quase ninguém percebe que
O Buddha
ao despertar
tocou a terra
3 comentários:
Esse poema é do Bukowski mesmo ou uma adaptação? Gostei.
Metta,
Fernando
Cara, este é meuzinho!!!
Conseguir enganar como sendo o Velho não é sempre que acontece!
Valeu!!!
Achei estranho não falar nada de álcool, porre... essas coisas Bukowskianas... mas foi bem sacado a união do estilo de um com conteúdo do outro.
Metta,
Fernando
Postar um comentário