inspirando. expirando. inspirando. expirando.
a vida, enquanto isso.
desatento ao tudo que a respiração revela
a vida passa...
"tudo é impermanente! sinta!" é o que, insistente, ela nos fala
inspirando, expirando... "não percebe que se esvai?"
inspirando, expirando... "o que resta nas tuas mãos de sêde sem fim?"
o veloz movimento, o seguir dos fenômenos,
serenamente me ensina, a pacífica respiração
inspirando, expirando...
segue
"impossível de reter!"
tão clara esta segunda mensagem!
o mundo, e eu em volta dele
revolve em seu ritmo o mundo, caudaloso turbilhão de aparências,
corredeira irrepresável de causas e condições
com total descaso arrasta o displicente
inspirando, expirando
se tranquila, a mente não afunda
nem a leva a correnteza
se atenta inspira e expira
acomoda-se, em paz, na sábia e poderosa rendição
se desperta, aprende, a não sonhar, acordada, o sonhador
se despertando inspira e expira
vê que a morte leva tudo que teima em resistir
se despertando inspira e expira
vê que no fim é onde amarga a ânsia de um princípio
e a dor é o que sobra da posse do prazer
se contente inspira e expira
permanece suave e satisfeita
no conhecimento pleno da insatisfação
do inspirar expirar sem fim
do universo que o corpo abarca
Um comentário:
depois de um tempo afastada da prática do sentar foi bem inspirador ler este teu post.
abs. Fátima
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