estou recebendo treinamento de combate a incêndios e de primeiros socorros.
numa parte do treinamento foi exibida uma reportagem do fantástico sobre a condição precária dos bombeiros pelo brasil a dentro.
num dado momento, a coisa exibe um nível de surrealidade que só aqui neste quinto dos infernos é capaz de chegar, levando em consideração que somos sede das próximas copa e olimpíadas. numa cidade de não sei onde nestas terras, um caminhão destinado a limpeza de fossas é solicitado a descarregar o conteúdo de seu tanque nas chamas de um incêndio por ser o recurso mais eficaz disponível para a situação, e a primeira vez não fora esta diante das câmeras. desgraça absoluta ganhou alguma graça, pois que nisso somos um povo campeão, quando o operador, com seu belíssimo sotaque nordestino, narra sua desventura: "...aí me perguntaram: é água moço? e digo: não, é fezes!".
claro, gargalhei como bom brasileiro.
como buddhista radical, a metáfora explodiu na minha cara: mas não é mais ou menos isso que estamos a fazer constantemente com as chamas do mundo? não é com recursos parecidos que nos lançamos ao combate do incêndio onipresente que nos anima?
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