a hq é sobre a vinda dos mitológicos quatro cavaleiros do apocalipse.
eles chegam no ano dois mil, durante show de uma banda de rock gótico que 'celebra' a virada do milênio e o que encontram, uma completa inversão, os deixa tão desnorteados que acabam se reunindo num bar onde, conversando com pessoas movidas por suas próprias circunstâncias desastrosas que acabam se encontrando no mesmo bar, conhecem as versões pós-modernas para a peste, a guerra, a fome e a morte, ou seja, aquilo que deveria ser papel deles trazer está já otimizado.
tomam consciência de que estão ultrapassados e precisam se reciclar.
nesta boa e divertida história um momento se destaca para mim no final, numa das últimas falas do cavaleiro morte. ele diz:
"eu sempre preferi os lentos falecimentos. seus venenos, guerra; sua corrupção repugnante, peste; e todas as suas desperdiçadas obras, fome.
no entanto, o que é melhor que uma morte ardilosa, em que o corpo continua a viver, na qual o cadáver vigoroso não é mais guiado pela razão, mas levado para lá e para cá por meras sensações? o som mais grave, a luz mais brilhante. um mundo de humanos insetos zunindo, zunindo mas sem nenhum propósito e sem qualquer efeito. eu não acredito que nunca pensei nisso antes... agora sim, eles vão me seguir. suas pernas vão levá-los para onde eu for e tudo de que eu preciso é aumentar sua cota de sensações. (...) irei serví-los de novidades sem fim, sem conteúdo ou contexto."
no entanto, o que é melhor que uma morte ardilosa, em que o corpo continua a viver, na qual o cadáver vigoroso não é mais guiado pela razão, mas levado para lá e para cá por meras sensações? o som mais grave, a luz mais brilhante. um mundo de humanos insetos zunindo, zunindo mas sem nenhum propósito e sem qualquer efeito. eu não acredito que nunca pensei nisso antes... agora sim, eles vão me seguir. suas pernas vão levá-los para onde eu for e tudo de que eu preciso é aumentar sua cota de sensações. (...) irei serví-los de novidades sem fim, sem conteúdo ou contexto."
a associação imediata com o dhamma que me surge é o verso do dhammapada que afirma a morte em vida do negligente. para quem quiser se aprofundar, está havendo uma leitura guiada pelo professor ricardo sasaki aqui.
mas há mais.
até onde sei, esta hq escrita por robert rodi e ilustrada por esad ribic para o selo vertigo estadunidense não foi ainda publicada no brasil. abaixo o link para a edição à venda na amazon.
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