eu outro
outro eu
numa caminhada pela rua todos carregam em seus corpos as marcas do tempo
cada um consigo a morte em seus sinais
peles, cabelos, andares, gestos, vozes, trombeteiam seus finais
cada um consigo sinais das dores várias, matizes da dor comum de estar aqui assim
carrancas e sorrisos, imagens da dor ou de sua ausência momentânea
temporais
num passeio pela rua tudo aquilo de que somos fermentados conta nossa história
transpirações e perfumes, andrajos e grifes, gritos e silêncio, surgidos há pouco, há muito surgidos cruzamos caminho
como se fôssemos outros
como se fôssemos diferentes tentamos nos preservar
mas andando, para lá para cá, elegantes miseráveis, céleres lentos a mesma estrada
o tudo num caminhar atento por qualquer lugar
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