cristopher hitchens, ateu militante, polemista, crítico literário e combativo das religiões em geral, o buddhismo incluso, em seu último livro, no qual narra e pensa a vida enquanto lutava contra o câncer até a morte, escreveu o seguinte: "eu não tenho um corpo, eu sou um corpo". simples e breve assim a frase é digna de atenção e contemplação pelos buddhistas por remeter de forma tão breve quanto profunda ao conceito de anattā e, por extensão, a anicca e dukkha.
anattā diz respeito à cessação, ao apagar, ao nibbāna. o venerável bhante katukurunde ñanananda nos instrui em seus sermões sobre o nibbāna a mantermos nossa atenção no aspecto de cessação dos fenômenos, uma vez que é da natureza da mente iludida focar irrefletidamente no aspecto de surgimento: "a natureza odeia o vazio" foi o que disse aristóteles. enquanto ansiamos sofregamente nos manter no surgimento o saṃsāra continua.
a cessação é o que revela o dhamma visível no aqui e agora, conforme afirmou o Buddha. na simplicidade de estar presentemente atento quando algo que há deixa de haver é que vamos atravessando na jangada do dhamma, impulsionada pela constatação empírica, desta para a outra margem.
aqui e agora.
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