Este
é o discípulo do Buddha, vivendo em seu lar. Ele tem confiança no
despertar do Buddha. Ele treina a si mesmo para purificar suas ações
e sua fala. Ele cultiva a generosidade, aprende a ceder e a deixar
ir. E esta é a sua prática: ele aproveita as oportunidades para
ouvir o Dhamma - a palavra do Buddha - de monjas e monges despertos.
Mas isso não é tudo. Ele sustenta a lembrança do Dhamma que ouviu.
Ele tenta memorizá-lo, mantê-lo em sua mente. Porque ele sabe que,
assim, vai refletir sobre ele, observar, investigar, compreender
profundamente. Então, por tal prática, ele sabe, sendo esta uma lei
natural, sua vida vai seguir o processo, inevitavelmente.
Lenta
mas seguramente, toda a sua vida é tocada e transformada pela mágica
que é o milagre do Dhamma: em seu trabalho ele é aplicado,
trabalhador e diligente. Em suas finanças ele é generoso, evitando
dívidas, consciente dos benefícios de poupar e nunca se esquecendo
de avivar o espírito de sua família e amigos. Ele cuida bem de seus
pais, a quem deve sua formação e orientação na vida, e instrui e
apoia seus filhos e companheiros sempre buscando se associar com
pessoas boas e nobres. Assim, sua vida mundana está num equilíbrio
que lhe permite dedicar mais tempo e clareza à vida espiritual.
Pelo
menos uma vez por semana, vestido de branco, símbolo da pureza, ele
desfruta de um dia de silêncio e contemplação. Ele determina sua
mente a aplicar-se neste nobre treinamento de corpo, fala e mente.
Ele sabe, cada dia passado a seguir os passos dos Arahants será, na
soma final de seus dias terrenos, mais valioso do que qualquer
fortuna em sua conta bancária. Neste dia, ele lembra-se do Dhamma
que aprendeu, pode também jejuar, mantendo-se leve e simples,
refletindo sobre as palavras do Buddha. Ele pode contemplar as
qualidades do Buddha, aquilo que caracteriza um Desperto, ele pode
contemplar Dhamma e Sangha. Ele pode lembrar das qualidades dos Devas
sabendo que sua vida, se purificada desta forma, irá conduzi-lo a
tal estado mental e nenhum outro.
Começa
todos os seus dias com as cinco contemplações saudáveis pela
manhã. Todas as manhãs ele reafirma a sua confiança no
mestre, o contemplativo Gotama, na sua explicação do Dhamma e no
grupo de discípulos que seguem esse caminho com sinceridade. Todas
as manhãs, ele reflete sobre as virtudes que está determinado
a pôr em sua vida e reflete sobre como pode praticar generosidade naquele dia. Todos os dias, ele se exercita, para
fortalecer sua lembrança dos ensinamentos do Buddha, recitando as
palavras do Desperto de memória. Todos os dias pode-se encontrá-lo
calmamente refletindo sobre o significado do Dhamma que ele aprendeu.
Outros chamam de meditação, ele chama de sammā samādhi e
bhāvanā, ou desenvolvimento, pois ele sabe que isto é como uma
planta, precisa de atenção constante e manuseio cuidadoso para que
cresça forte a dê frutos.
Ele
sabe que da confiança vem serenidade, e da serenidade alegria. Tal
alegria interior vai levá-lo mais do que frequentemente à permanência tranquila dos quatro jhānas. Ele sabe como utilizar a
perfeita calma e equanimidade do quarto jhāna para lembrar suas
vidas passadas, sim, ele pode dominar habilidades como essa, mas acima de
tudo, ele não conhece maior alegria do que refletir sobre a
impermanência dos seis sentidos, observando seu borbulhante surgir e
cessar conforme sua sabedoria cresce, não conhece maior alegria do
que observar os cinco agregados surgindo e
se dissolvendo, contemplando a origem dependente que conduz a um
profundo insight e sabedoria purificadora.
Conforme
seus dias periódicos de meditação (Uposatha) se desenvolvem em
profundidade, guiado e alinhado pelas palavras do Buddha que ele
preza como um antigo tesouro, sua habilidade em aprofundar seu
despertar através da aplicação das meditações como descritas
pelo Buddha torna-se formidável. Ele, vestindo branco, ainda vivendo
entre esposa e filhos, mantém a sua mente firmemente empenhada na
atenção plena ao corpo, ou às quatro satipatthanas, ou à
meditação pela respiração, conducentes a profundos insight e
sabedoria e aos frutos de entrar na correnteza, de só mais uma vez
retornar e de não-retorno. Este ele sabe ser o caminho para Nibbāna
conforme apontado pelo Desperto.
Com
base nos seguintes suttas:
•
Mahanama
Sutta,
AN.8.25
•
Vyagghapajja
Sutta,
AN
8,54
•
Singalovada
Sutta,
DN
31
•
Sakka
Sutta,
AN
10,46
•
Muluposatha
Sutta,
AN
3,60
•
Uposatha
Sutta,
AN
8,41
•
Nandamata
Sutta,
UMA
7.6
•
Cittasamyutta,
SN
41
•
Gihi
Sutta,
AN
5,179
•
Anana
Sutta,
AN
4,62
•
Nakula
Sutta,
AN
6,16
•
Velama
Sutta,
AN
9,20
•
Brahma
Sutta,
ITIV.
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