No buddhismo tibetano, estudando e praticando sob a abordagem do Lam Rim, eu meditava e contemplava o renascimento nos infernos. Haveriam diversos infernos frios e quentes ao extremo e a instrução é para que sejamos o mais detalhistas possível com respeito a visualizar os tremendos sofrimentos que lá se passa.
Eu tinha grande dificuldade com esta meditação.
O objetivo da prática, até onde me lembro, era gerar o medo de cometer ações que levassem a tais renascimentos tanto quanto servir de ilustração para o que é o saṃsāra e ajudar a fomentar o sentimento de renúncia.
Uma vez que creio em renascimento, ou pelo menos considero tal possibilidade, pensar no inferno tem lá seus momentos de eficácia. Mas com respeito à ir gerando alguma renúncia, quase sempre me basta olhar por dentro e em volta do que ocorre aqui mesmo.
Existo à revelia não é de hoje. E sendo assim, não há outra vida que me seduza após esta aqui, podem vir com o paraíso que for que dispenso sem hesitação, podem me prometer ser um deus qualquer, tô fora! Então, porque cargas d'água ainda não despertei do pesadelo do saṃsāra? Porque não basta não querer renascer em outra vida. Isto, aliás, eu acho que é até comum, o ó do borogodó é desistir de renascer nesta aqui!
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