dia destes comprei uma rifa de igreja, sorteio pela loteria federal.
aí, um tempo depois, ouvi:
ah, achei muito engraçado você comprar a rifa, tirei o chapéu prá quem conseguiu te vender...
mas por que tirou o chapéu!? me acha tão pão duro assim?!
não, não! é que você sendo ateu, né? ajudar igreja...? é meio esquisito...
aí eu ri e expliquei algo que por aqui já escrevi: apesar do meu ateísmo de muito tempo, nunca fui aversivo às coisas do espírito, seja lá o que for que a palavra espírito signifique...
eu creio no poder da oração, creio no poder benéfico de qualquer religião. assim como no maléfico, devo dizer. creio na utilidade de existirem muitas religiões.
vivendo nesta época tão perigosamente medíocre, tão danosamente estúpida, tão lamentavelmente superficial como eu poderia deixar de ajudar esta ou aquela religião e religiosos que me convencerem de sua retidão?
o assunto chegou no encontro da juventude com o papa que acontecerá no brasil e em que alguém próximo a nós está trabalhando ativamente como parte do comitê organizador. no que eu puder fazer para ajudar, conte comigo, eu disse. simpatizo com este papa, simpatizo com movimentos católicos, simpatizo com engajamento jovem em algo mais profundo e salutar, é óbvio.
algumas alternativas: poderosas e emicis, ou cada vez eu quero mais, ou tchê-rê-rê-tchê-tchê, ou tudo isso junto com muita droga lícita e ilícita e um imenso, negro e gelado nada devorando corações e cérebros.
acho que no fim deixei claro o porquê de não ser esquisito um ateu preferir uma boa missa ao invés desta desgraceira toda.
ainda mais no caso de um ateu religioso como eu.
e ainda tenho a chance de ganhar um carro zero.
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