O Buddhismo não estabelece um começo para os fenômenos. Tudo surge e cessa devido a causas e condições, continuamente. Mas nós, na nossa ignorância, compactamos a realidade em pontos iniciais e finais. Então, quando enfrentamos um problema qualquer o enxergamos à parte no espaço e no tempo, destacado do resto de nossas vidas. Uma dor de cabeça (literal ou figurada) não é um evento isolado. Ela é apenas uma manifestação natural do emergir de causas e condições. Da mesma forma, quando ela cessa, nada de realmente 'bom' aconteceu. É apenas o cessar de um fenômeno condicionado até a próxima dor de cabeça aparecer. Mas nós não vemos isso.
Isso leva a nos atolarmos na ilusão. Quando um problema surge, nós achamos que uma coisa insuportável e estranha está acontecendo! Que não era para ser assim! Vemos aquilo como algo dissociado do resto de nossas vidas. Temos a certeza de que não era para acontecer deste jeito, não devíamos ter nenhum problema! Quando, na verdade, ter problema é justamente a essência de existir.
Aí vem a luta para superar. Precisamos vencer! E, se conseguimos, comemoramos a vitória e pensamos que 'agora sim, tudo voltou ao normal!'. Penso que este é um dos nossos maiores enganos: nos deixar levar pelo alívio, acreditando que a vida voltou à sua 'normalidade'. Muito mais sábio seria entender que o cessar de um tormento é apenas um breve intervalo, logo virá outro e, em grande parte, justamente porque nos deixamos iludir pela 'pseudovitória' sem nos dar conta do que a vida é: um surgir e cessar sem outro sentido a não ser o de surgir e cessar. Sem sentido até que entendamos isso, eu acho.
Isso leva a nos atolarmos na ilusão. Quando um problema surge, nós achamos que uma coisa insuportável e estranha está acontecendo! Que não era para ser assim! Vemos aquilo como algo dissociado do resto de nossas vidas. Temos a certeza de que não era para acontecer deste jeito, não devíamos ter nenhum problema! Quando, na verdade, ter problema é justamente a essência de existir.
Aí vem a luta para superar. Precisamos vencer! E, se conseguimos, comemoramos a vitória e pensamos que 'agora sim, tudo voltou ao normal!'. Penso que este é um dos nossos maiores enganos: nos deixar levar pelo alívio, acreditando que a vida voltou à sua 'normalidade'. Muito mais sábio seria entender que o cessar de um tormento é apenas um breve intervalo, logo virá outro e, em grande parte, justamente porque nos deixamos iludir pela 'pseudovitória' sem nos dar conta do que a vida é: um surgir e cessar sem outro sentido a não ser o de surgir e cessar. Sem sentido até que entendamos isso, eu acho.
3 comentários:
Temos que perceber que a mente compassiva deve surgir exatamente porque existem essa serie de problemas, que compaixão é sabedoria e não, pena.
Olá Jorge Luiz!
Tudo isso é muito curioso...
Há alguns dias me ocorreu que considerar que algo teve um início é o "início" da individualização de todas as coisas. E agora me deparo com seu magnífico texto, para mim particularmente muito significativo! Que todos possam ser beneficiados!
Talvez seja o inconsciente da interdependência, já que estamos geograficamnete próximos (Caçapava/Guaratinguetá)
Como já disse antes, o que dá vida a um blog é isso...
O amigo Alfredo, sempre prestigiando e agora a grata surpresa de uma proximidade geográfica e, ao que parece, espiritual!
Que todos possam se beneficiar!!
Obrigado!
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